terça-feira

Fucking Dia de Fucking Furia II

Respirava ofegante ao caminhar pela rua. Olhava repetidamente para os lados como se alguém o observa-se ou mesmo estive o seguindo. Estava tenso.
Também não era pra menos, tinha feito uma atrocidade. Só agora parava para pensar no que tinha feito. Estava desnorteado, andava trançando as pernas como se estivesse bêbado. Suava. Tremia. Tudo em sua volta girava. Precisava por a cabeça no lugar. Colei no balcão do boteco:
- Dá um café expresso!
Atravessei o bar em direção ao banheiro, tranquei a porta e parei em frente ao espelho.
Passava as costas das mãos na testa tentando secar o suor que parecia interminável. As cenas do acontecimento pipocavam constantemente na sua mente.
- Caralho! Caralho! O que que eu fiz? Fudi com a vida daquele filho da puta! Caralho! Tô fudido!Tô fudido! Será que eu matei aquele corno? Fudeu! - Não conseguia parar de pensar em todas as hipóteses. - E se os "coxinha" vierem atrás de mim? Vou me fuder. Puta que pariu!Tô na merda...
Sai em disparada pra fora do banheiro com os olhos arregalados. Parei no balcão e mandei o café expresso frio, gelado, um lixo. Coloquei dois conto em cima do balcão e vazei.
Fui rasgando direto pro Metrô, queria ir pra casa, queria colocar a cabeça em ordem. Fui caminhando e pensando porque estava tão cabrero com tudo aquilo afinal de contas o puto mereceu o que fiz com ele. Percebi que senti prazer em tudo que fiz com o chefe. -Aproveitei cada minuto de agônia daquele safado - Pensei.
A sensação de poder, o cheiro do sangue e do pavor voltavam para sua mente. Em poucos segundos fui consumido novamente pela mesma raiva que sentia na sala do patrão. Nunca tinha se sentido tão vivo e potente. Quase indestrutível. Entrei no túnel do metrô e segui para as catracas, passei o bilhete e fui embarcar. Até que aquele dia o metrô não estava tão cheio. Esperava com paciência o próximo trem. Quando atrás começou um puta fuzuê, uns quatro baiano aloprando geral. Olhei pra trás com cara feia e um ceará olhou e disse:
- Tá olhando o que, cabra? Tem nada aqui não...
Nisso eles vieram e passaram minha frente, me empurrando.
- Sai da frente, frouxo!- Disse um baiano.
-Froxo?- Pensei. Esse cabeça chata tá tirando...
Pensei rapidamente em o que fazer nessa situação. Olhei pra direita e vi a luz do trem aos poucos crescendo - É agora! - Dei uns quatro passos grandes pra trás, abri os braços e corri em direção aos "ceará". Só consegui ouvir um gritando: OXÊ! - Antes de cair na linha do trem. Do jeito que vi eles caindo não vi mais nada, só o barulho de melância espatifando. Puta cacetada! Teve um que tentou sair da linha antes do trem chegar e foi prensado entre o vagão e a plataforma, foi arrastado por alguns metros pintando o chão com sangue e tripas até finalmente ser cortado ao meio como se fosse um trapo velho. Fiquei sem ar.....não imaginei que baiano tinha tanto sangue... Voo pedaço de nego pra todo lado. Braços e pernas dilacerados. Fiquei encantado com a cena.
- Froxo é o caralho! - Disse olhando pra piscina de sangue que ficou próximo da beirada da plataforma e corri pra fora do metrô.
O que está acontecendo comigo?

Um comentário:

Carol Toffoli de Freitas disse...

oww....na boa, ta na hora de vc atualiza essa merda!!! historinhas sinistras pros meus dias de ressaca!!!